Anticoncepcional hormonal
Definição
Anticoncepção hormonal oral consiste na administração por via oral de progestogênios isolados ou
associados aos estrogênios com a finalidade de impedir a concepção.
Químicas e Fórmulas
Os estrogênios usados nos anticoncepcionais orais são dois: etinilestradiol e mestranol.
A preferência atual é para o etinilestradiol pois o mestranol somente é ativo após a transformação
hepática onde parece sobrecarregar a função destoxicante, a proporção transformada varia entre
indivíduos e a tolerância ao etinilestradiol parece melhor.
O risco de trombose profunda é de 81:100.000 mulheres-ano com dosagem de 50m g de estrogênio e acima
dessa dosagem 112:100.000 mulheres-ano. Fórmulas com menos de 50m g de estrogênio têm vantagens sobre
os efeitos colaterais: afetariam menos o metabolismo de lípides e carboidratos. As desvantagens
teóricas de baixar a dosagem de estrogênio seriam o aumento da hemorragia intermediária e do índice de
gestações.
Na pílula existem dois tipos de progestogênios, derivados do pregnano ou da 17a -hidroxiprogesterona
( acetato de ciproterona, acetato de medroxiprogesterona, megestrol, clormadinona, superlutina e
quingestanol) e derivados da 19-nortestosterona que se subdividem em derivados do estrano
(norentindrona, acetato de norestisterona, diacetato de etinodiol, linestrenol, norgestrienona e
norgesterona) e derivados do gonano (dnorgestrel, levonorgestrel, desogestrel, dienogest, norgestimate
e gestodene.)
O acetato de ciproterona é um potente progestogênio e antiandrogênio, não apresentando efeitos
androgênicos nem estrogênicos. O levonorgestrel não apresenta efeito estrogênico, mas em determinados
casos apresenta efeito androgênico. O acetato de noretindrona tem efeitos androgênicos e estrogênicos.
O linestrenol não tem efeito estrogênico, mas descreve-se efeito androgênico. O diacetato de etinodiol
apresenta efeito androgênico mínimo, porém nítido efeito estrogênico.
Além do efeito anticoncepcional, o progestogênio ainda apresenta importante efeito antagônico sobre o
estrogênio estimulando a atividade da 17b -estradiol desidrogenase, que acelera a conversão do
estradiol em estrona, diminuindo o número de receptores estrogênicos e inibindo o crescimento celular
epitelial, desviando células do ciclo celular de crescimento e induzindo-as para a fase de repouso.
Os progestogênios previnem o efeito proliferativo dos estrogênios, ao mesmo tempo que o endométrio
transforma-se e descama-se regularmente.
Baseado nessas considerações sobre o estrogênio e o progestogênio da pílula, o clínico deve conhecer
dois dados fundamentais: prescrever anticoncepcionais com 30m g de estrogênio e receitar
contraceptivos com a menor dose possível de progestogênio.
Modo de Usar
Em geral, para que o controle da fertilidade seja mais eficaz, as pílulas combinadas são iniciadas no
5o dia do ciclo menstrual e ingeridas por 21 dias, no primeiro mês de tratamento. Faz exceção a essa
regra, os anticoncepcionais trifásicos e com acetato de ciproterona, desogestrel e gestodene, que
devem iniciar o comprimido no 1o dia de sangramento menstrual, para que esses sejam eficazes no
primeiro mês de terapêutica. Nos ciclos seguintes, as pílulas devem ser prescritas após 7 dias de
pausa, durante os quais sucede a menstruação na maioria dos casos.
Mecanismo de Ação
Os anticoncepcionais orais, na maioria das vezes, exercem seu efeito através da inibição do pico de
gonadotropinas do meio do ciclo. Atuam também em outros aspectos: no muco cervical provocam alterações
fisicoquímicas, tornando o muco espesso e hostil, dificultanto a espermomigração. No endométrio
diminuem a produção glandular de glicogênio de tal forma que o blastocisto dispõe de menor quantidade
de material energético para sobreviver na cavidade uterina. Nas tubas modificam a contratilidade em
grau que depende da estrogenicidade relativa de cada preparo. No ovário alteram a resposta às
gonadotropinas interferindo com o ciclo dos receptores.
A atuação dos anticoncepcionais orais na ovulação é realizada fundamentalmente pela interferência na
liberação do GnRH e na produção de gonadotropinas hipofisárias. A produção diminuída de gonadotropinas
pode ser secundária à inibição hipotalâmica prolongada com refratariedade ao GnRH.
Efeitos Colaterais
Os efeitos relacionados ao estrogênio são cefaléia, náusea, vômitos, tonturas, cãibras, irritabilidade,
nervosismo, meteorismo, tensão pré-menstrual, ganho de peso e edema pré-menstrual, ingurgitação
venosa, mastalgia, cloasma, mucorréia e hipermenorréia. Os relacionados ao progestogênio são fadiga,
depressão, alterações da libido, hipomenorréia, amenorréia, acne, exantema, aumento do apetite,
ganho de peso constante, hirsutismo, atrofia mamária, hemorragia intermediária, seborréia e queda de
cabelos.
Efeitos sobre o sistema reprodutor são que o miométrio pode sofrer hipotrofia na dependência do
potencial progestogênico do preparado. O endométrio pode determinar o desaparecimento das modificações
secretoras e levar ao endométrio atrófico, inclusive com amenorréia e refratariedade aos hormônios
após emprego prolongado de anticoncepcionais combinados. O colo uterino pode desenvolver hiperplasia
polipóide adenomatosa que, em geral, regride após a suspensão da pílula. A ectopia parece ser mais
freqüente, e relaciona-se ao progestogênio. A vagina está mais sujeita à vaginite especialmente por
Candida albicans. A vulva provavelmente sofre alterações tróficas; encontra-se maior incidência de
recidivas de condilomas acuminados. Em relação às mamas, cerca de 10% referem-se a modificações
volumétricas, bem como aumento da sensibilidade mamária. A lactação é reduzida em termos de volume
e duração pelos anticoncepcionais combinados, fazendo exceção a pílula contendo 50m g ou menos de
estrogênio. A pílula que contém unicamente progestogênio, não reduz o leite, podendo inclusive
aumentá-lo. Galactorréia e hiperprolactinemia podem aparecer durante o emprego de anticoncepcionais
hormonais.
O risco estimado de trombose venosa e tromboembolismo aumenta de 2 a 3 vezes nas usuárias de
contraceptivos de maior dosagem de etinilestradiol. Os fatores que contribuem são: obesidade,
predisposição familiar, grupo sangüíneo A, doença crônica e imobilização. O estrogênio por via oral
pode aumentar os Fatores II, V, VII, VIII, IX, X e XII da coagulação e diminuir a antitrombina III.
O estrogênio sintético pode aumentar o número, a adesividade e a agregação plaquetária, além de
aumentar o tromboxane A2 (vasoconstritora) e diminuir a prostaciclina (vasodilatadora). O risco de
doença coronariana não aumenta em usuárias exceto se houver a presença de um ou mais dos seguintes
fatores: hipertensão, hiperlipoproteinemia Tipo II, fumo, obesidade, diabetes melitus e toxemia
gravídica pregressa. O risco de doença vascular cerebral em jovens é de 2 a 4 vezes maior em usuárias
de pílulas. Hipertensão arterial apresenta incidência maior, acréscimo de 2,5 a3 vezes ao fim de 5
anos. O estrogênio administrado por via oral é absorvido pelo intestino, é transportado pela veia
porta e faz a 1a passagem hepática, causando a síntese de substrato de renina e angiotensinogênio.
A tolerância à glicose encontra-se diminuída em muitas usuárias principalmente no teste por via oral,
havendo paralelamente aumento do hormônio de crescimento e da insulina. A administração de estrogênio
diminui os níveis plasmáticos de colesterol, da lipoproteína de baixa densidade (LDL) e pode aumentar
ou deixar inalterados os triglicérides. Aumenta HDL. A elevação do nível de saturação do colesterol,
possivelmente determinado pelo estrogênio, parece ser o mecanismo fisiopatológico da doença calculosa
vesicular. A incidência de icterícia em mulheres será de 1:10.000. Os efeitos sobre as vias urinárias
traduzem-se essencialmente pela maior ocorrência de infecções urinárias.
Os efeitos na pele traduzem-se pela maior freqüência de fotossensibilidade, rosácea, eritema nodoso e
eczema.
Em relação às neoplasias, a incidência combinada de displasia, carcinoma in situ e carcinoma invasor
em mulheres com mais de 8 anos de uso é mais que o dobro das usuárias de DIU ou com menos de 2 anos de
ingestão da pílula, embora não se saiba se esse aumento é direto ou relacionado a fator sexual, que é
importante na epidemiologia desse tipo de câncer. Nenhum estudo mostrou relação entre o uso de
pílulas e câncer de mama. Ocorre menor incidência de alterações fibrocísticas da mama em usuárias.
Em relação ao câncer endometrial, ocorreu proteção em até 60% das usuárias devido a redução dos
receptores de estrogênio, estimulação da atividade do 17b -estradiol desidrogenase, enzima que
converge o estradiol em estrona, hormônio menos potente. As pílulas podem reduzir a incidência
do câncer do ovário.
Efeitos Benéficos
"Paz de espírito", menstruações mais regulares com alívio de dismenorréia, da tensão pré-menstrual,
do fluxo abundante e, em alguns casos, da anemia. Diminuição de 33 a 50% da doença inflamatória
pélvica e do risco de gravidez ectópica. Regressão rápida dos cistos ovarianos funcionais, redução
do câncer endometrial (50-60%), doenças benignas da mama e de câncer de ovário (50-75%). Algumas
usuárias apresentam melhora relativas à artrite reumatóide, acne, seborréia e hirsutismo.
Interações Medicamentosas
As interações ocorrem de duas maneiras: uma droga reduz o efeito anticoncepcional da pílula e o
anticoncepcional reduz o efeito terapêutico de uma droga.
Contra-indicações
A FDA menciona 7 contra-indicações absolutas para o uso dos anticoncepcionais hormonais: neoplasia
hormônio-dependente ou suspeita; câncer de mama declarado ou suspeito; tromboflebite ou doença
tromboembólica; antecedente em tromboflebite, tromboembolismo ou doença trombótica; doença coronariana,
cerebrovascular ou ocular; sangramento uterino anormal não diagnosticado; gravidez declarada ou
suspeita.
A "Société Suisse Pour le Planning Familial" acrescenta à lista de contra-indicações absolutas:
hipertensão arterial fixa; diabetes insulino dependente grave;
Podem-se considerar ainda as seguintes condições: fumantes acima de 35 anos; idade acima de 50 anos;
hepatopatias agudas ou crônicas (porfiria); lúpus eritematoso sistêmico; hipercolesterolemia primária
ou familiar; as seguintes doenças cardiovasculares: prótese valvar; hipertensão pulmonar primária ou
secundária; estenose mitral com fibrilação atrial ou aumento do átrio esquerdo; cardiomiopatia;
doença cardiovascular hipertensiva; síndrome de Marfan; coarctação da aorta complicada. Devem-se
considerar as seguintes contra-indicações relativas: presença de fatores de risco para
tromboembolismo: anemia falciforme, excesso de peso, varizes importantes, longo período de
imobilização no leito; passado de icterícia gravídica e anomalias de excreção biliar; doença
de vesícula biliar; excessiva ansiedade sobre o uso do contraceptivo ou crises de depressão;
cefaléia tipo hemicraniana; epilepsia; psicoses e neuroses graves; amenorréia e desvio menstrual
para menos; esclerose em placas; hipertensão arterial sistêmica leve ou moderada; herpes genital;
insuficiência renal e cardíaca; otosclerose; hiperprolactinemia; diabetes melitus moderado; mola
hidatiforme recente (esperar a negativação do b -hCG; doenças que necessitem de longo prazo com
medicamentos que interagem com a pílula anticoncepcional.
Minipílulas
Preparados contendo baixa dosagem de progestogênio administrados de modo contínuo por via oral.
è Os melhores resultados parecem ocorrer com acetato de noretindrona e norgestrel.
è Está indicada para mulheres que não toleram a pílula e não querem o DIU.
Efeitos Colaterais
Função menstrual irregular:
Efeitos não menstruais são pouco expressivos: ganho de peso inexpressivo.
Não causa teratogênese sobre o feto
Cautela na amamentação
Mecanismo de Ação
Multifatorial
Trama mucosa cervical se torna espessa e impermeável aos espermatozóides
Há desenvolvimento atípico das glândulas do estroma do endométrio
Pode haver supressão completa ou parcial do pico de gonadotropinas do meio do ciclo e diminuição da
capacidade secretora do corpo lúteo.
Eficácia Anticoncepcional
Menor eficácia que a pílula normal
Risco aumentado de ectociese
O retorno da fertilidade é imediato após a suspensão do anticoncepcional.
Pílula mensal (once-a-month-Pill)
É Anticoncepcional que combina quinestrol 2mg - estrogênio oral de longa duração + quingestanol
2,5-5mg -progestágeno duas vezes mais potente que o composto original.
O estrógeno acumula-se na gordura sendo liberado lentamente, e a função de progestogênio induzir
regularmente a menstruação que ocorre 7-14 dias após a ingestão da pílula.
É administrado de 4 em 4 semanas independentemente do ciclo.
73% das usuárias apresentam sua primeira menstruação 25-45 dias após a última menstruação; 18% 40-60
dias. Quantidade normal.
Intercepção
Anticoncepção pós-coital
Usa-se esteróides hormonais.
Mecanismo de Ação dos Esteróides
Usado dentro de 72 horas após o coito
Há inibição da ovulação; rompimento da função lútea por ação direta no corpo amarelo;
interferência com a resposta apropriada aos esteróides sexuais; interferências com a dinâmica
dos espermatozóides e /ou ovo.
Esquema
Variável: Cita-se
etinil estradiol 1 a 5mg por 5 dias
estrogênios eqüinos conjugados 20-30 mg/dia por 5 dias
Esquema da pílula : 2 drágeas de Anfertil ou Primovlar + duas drágeas após 12 horas
( cada drágea: levonorgestrel 0,5mg e etinilestradiol 50micrograma)
Efeitos Colaterais
Os estrógenos em doses elevadas provocam: náuseas, vômitos e tonteiras e mastalgias.
A associação levonorgestrel + etinilestradiol : vômitos tonturas e dor abdominal.
Eficácia (Dados relativos a ingestão 24 horas após o coito)
Os esquemas de etinilestradiol tem índice de falhas entre 0 e 1,1% ao passo que os estrogênios
equinos conjugados têm índice de falha entre 0 e 1,5%.
O esquema que utiliza Pílula falha em 0 a 1,9 % dos casos.
Anticoncepção hormonal em situações especiais
Quando da prescrição dos anticoncepcionais deve ser feito um exame clínico completo.
Se a paciente tiver alguma patologia específica, o uso de anticoncepção não deve agravar a patologia ,
e se possível de Ter efeito terapêutico sobre a mesma.
Adolescência
Pílula combinada: método hormonal de escolha, salvo sob restrições: fatores de risco,
não aderência ao uso.
Diabetes mellitus
É indispensável a anticoncepção uma vez que a gravidez na diabética é de risco.
O método não deve agravar o estado do diabetes e suas complicações
Os contraceptivos orais, (apesar das novas pílulas estroprogestínicas com menor toxicidade
metabólica e dos novos progestínicos utilizados em pílulas com menores doses de estrogênios (20mcg)),
são, de maneira geral, contra-indicados em pacientes diabéticas, principalmente nas pacientes com
diabetes insulino dependente grave.
Escolha do Anticoncepcional: Fazer exame completo na paciente ( desde fundo de olho até exame renal);
A escolha deve ser orientada quando a anticoncepção mecânica, quando possível.
Caso a paciente seja nulípara a anticoncepção oral será necessária. Em caso de intolerância a pílula
combinada, tentar progestágeno de microdosagem (controlar metabolismo); Havendo nova intolerância
pode-se usar macrodoses de progestágenos por 3 semanas, associado a estrógeno natural por via
percutânia.
Em caso de mulher jovem com diabetes recente, pode-se propor contraceptivos orais na forma de
minidose e novos progestágenos sob estrito controle metabólico.
Futuro: anéis vaginais que liberam Progestágeno (efeito local)
Implantes esteróides transdérmicos (infundem baixas doses)
Pílula antiprogesterona (método contra-gestação)
Hipertensão arterial
A contracepção ora, usando pílulas combinadas, mesmo em microdoses não pode ser considerada segura
na hipertensão arterial.
è O progestágeno puro em microdoses pode ser utilizado com cautela (causa disovulia e anovulação)
è Não há contra-indicação para o uso de progestágeno puro injetável (mas há aumento indesejável de
peso) ... É o segundo método de escolha.
Distúrbios da crase sangüínea
Afecções que predispõem a Hemorragias: Em todos os casos a contracepção oral não é contra-indicada e
pelo contrário, faz diminuir as menorragias.
Afecções que predispõem a tromboses: Contracepção hormonal é contra-indicada.
No LES e linfoma: pílula combinada: contra-indicada; micropílula de prostágeno: usável com último
recurso.
Cardiopatias
Os contraceptivos orais combinados são contra-indicados uma vez que expõem as cardiopatas a maior
risco de descompensação, devido a retenção de sódio e a alterações dos fatores da coagulação
Injetável Progestágeno puro (AMP) : Uso com cautela ( Controlar PA)
Análogos do GnRH : custo elevado; podem ser usados quando a gravidez é estritamente contra-indicada.
Obs: A serem disponíveis: anéis vaginais e DIU que liberam hormônios (ação local)
Lupus Eritematoso Disseminado (LED)
Estrógenos sintéticos exercem influência nefasta sobre a doença;
Progestágenos de microdosagem podem ser usados pois tem inocuidade vascular e metabólica mas
apresentam efeitos colaterais.
Injetável puro de Projestágeno (AMP): usável com cautela
Análogos do GnRH : podem ser úteis mas apenas por curtos períodos de tempo.
Anticoncepção no pós-parto
Evitar o uso de dos anticoncepcionais hormonais nos primeiros quinze dias após o parto, mesmo os
de microdosagem (Há riscos tromboembólicos e de complicações cardiovasculares nas primeiras semanas do
pós-parto).
Não há consenso sobre o uso de anticoncepção hormonal na amamentação.
-Contraceptivos orais que contém 50mcg ou mais de etinilestradiol exercem ação supressiva da lactação
-Progestágenos + estrógenos (<50mcg) - diminuem a concentração de proteínas cálcio e fósforo.
-Contraceptivos orais trifásicos: sem efeitos sobre a lactação e peso da cça
- etinil estradiol (50mcg) passa ao leite materno mas parece não prejudicar o bebe.
Estudos dos últimos 30 anos não mostraram qualquer efeito sobre os bebês de mães que usaram
anticoncepcionais orais combinados.
O uso de microprogestágeno deve ser iniciado no 17º dia após o parto (Efeito colateral insignificante
para o lactente e para o aleitamento)
Acetato de medroxiprogesterona (injetável) . Não foi demonstrado efeito colateral para as mães. Eles
aumentam a quantidade de leite. Utiliza-lo após 2 semanas do parto.
Agonistas do GnRH: deve-se aguardar algumas confirmações a respeito de seus efeitos colaterais.
Métodos anticoncepcionais injetáveis
Histórico:
Em 1935 descobriu-se que com a esterificação de um álcool do progestogênio o medicamento produzia
efeitos duradouros, quando injetado.
O enantato de noretisterona, foi o primeiro injetável de progestogênio a ser testado, e é usado em
amais de quarenta países.
Atualmente o acetato de medroxiprogesterona (AMP), na forma de depósito, é comercializado em mais de
noventa países.
Estima-se que mais de 15 milhões de mulheres já usaram esta medicação.
Têm a vantagem de administração menos frequente, não sofrerem intenso metabolismo hepático, não
sofrerem influências intestinais. Podem ser usados esteróides naturais que por via oral seriam
inativos.
Injetáveis somente com progestogênio
São considerados bastantes seguros e simples
Embora exista o Enantato de Noretisterona (EN-NET)
este não está registrado no Brasil. Falaremos então, mais do acetato de medroxiprogesterona de
depósito (AMP-D), que no Brasil é conhecido como Depo-Provera, .
Tem poucas contra-indicações e são um dos métodos mais eficazes e reversíveis a disposição
Aprovado pelo FDA para comercialização em 1992
Farmacologia e Modo de Ação
O AMP-D é preparado na forma de suspensão microcristalina, para injeção IM profunda no músculo glúteo
ou deltóide (evitar massagem), o que proporciona liberação sangüínea prolongada.
Níveis máximos 24 horas após a injeção; Mantém-se por 2 a 3 meses; caem paulatinamente no quarto e no
quinto mês após a injeção.
O efeito cumulativo independe do número de injeções recebidas
O AMP-D tem ação trinta vezes mais elevada que a progesterona no receptor para esse esteróide.
Embora não tenha atividade estrogênica ou antiestrogênica o mecanismo mais importante para
anticoncepção é a inibição da ovulação, com diminuição dos níveis de LH e FSH e abolição do pico de
LH o que leva a um estado hipoestrogênico.
Mecanismos secundários são: alteração do muco cervical (escasso e espesso); atrofia endometrial
induzida pela droga.
Após 60 ou 70 dias do uso os níveis de estradiol aumentam paulatinamente e se produz aumento do
endométrio até recuperação da ovulação salvo se nova injeção é administrada aos 90 dias.
Modo de Uso
O recomendado para anticoncepção é uma injeção de AMP-D de 150 mg a cada três meses. Tolerância de
até +- 4 semanas em relação ao dia programado para próxima injeção.
Iniciado no sétimo dia do período menstrual. Nesse caso não usar outro método anticoncepcional.
Caso contrário, indica-se outro método anticoncepcional nos primeiros 7 dias.
ldade: < de 16 anos- preocupação com osteoporose no futuro; pode ser usado em mulheres sem filhos
desde que estas sejam informadas sobre a demora na recuperação na fertilidade.
Eficácia e Reversibilidade
Altamente eficazes. Taxas de gravidez em torno de 0,3 /100 mulheres em uso.
Em geral consegue-se engravidar entre 9 e 16 meses após a última injeção, não influindo nesse tempo o
tempo de uso.
Efeitos Metabólicos
São pequenos e não há alteração da função renal, hepática ou tireóidea;
Os efeitos diabetogênicos do AMP-D existem, mas são leves, sendo raro o aparecimento de diabetes
clínico pelo seu uso.
è O uso de AMP-D em mulheres com coronariopatia ou que tenham risco aumentado para ateroesclerose não
está indicado para primeira opção (Estudos revelam possível redução do HDL sérico)
Uso Durante a Lactação
Recomenda-se que o uso seja postergado até a Sexta semana após o parto para mulheres que estejam
amamentando até que o sistema hepático da criança esteja mais desenvolvido.
Se a mulher não estiver amamentando o uso pode ser imediato.
Benefícios Não-Anticonceptivos
Demonstrados:
- diminuição da incidência de doença inflamatória pélvica aguda
(muco cervical espesso)
- diminuição da incidência de: adenocarcinoma de endométrio;gravidez ectópica; cistos de ovário;
crises de falcização; crises epilépticas
- fortemente Presumidos: diminuição da anemia; melhora da endometriose; diminuição dos casos de mioma;
carcinomas de ovário e nódulos mamários benignos.
Efeitos colaterais e complicações
Alterações menstruais: --sangramentos irregulares nos primeiros 6 meses e após esse período tornam-se
raros podendo chegar a amenorréia ( 50% após o primeiro ano e 70% após 3 anos à Não apresenta risco
(nem os sangramentos irregulares nem a amenorréia).
Outras alterações : Aumento de peso em torno de 1,5 a 2,0 Kg no primeiro ano de uso.
(acúmulo de gordura e aumento do apetite)
Cefaléia e tonturas em 3 a 19 % das usuárias de AMP-D (?)
Osteoporose na menacme (?) (Inibição do eixo hipotálamo- hipófise)
Precauções e Contra - Indicação
Contra indicação absoluta: Gravidez confirmada ou suspeita
Precauções: No câncer de mama; amenorréia e antecedentes de problemas Cardiovasculares.
Uso e Ocorrência de Câncer
Câncer de Mama: O AMP-D acelera o desenvolvimento de células cancerosas mas não transforma células
normais em cancerosas.
Câncer do Colo de Útero: ndn
Câncer do Endométrio: Diminui o risco do adenocarcinoma de endométrio com o uso do AMP-D
Neoplasias Epiteliais Malignas de Ovário: Supõe-se que haja efeito protetor.
Injetáveis combinados mensais
Apresentações:
- 50 mg de enantato de noretisterona e 5mg de valerato de estradiol (1995)
- 25 mg de acetato de medroxiprogesterona e 5m de cipionato de estradiol (1996)
- 150 mg de acetofenido de diidroxiprogesterona + 10mg de enantato de estradiol - Está registrado no
Brasil sob o nome de: Unociclo e Perlutal
Farmacologia e Modo de Ação
Os esteres de estradiol contidos nas formulações são de curta duração e permitem níveis elevados de
estrógeno por período menor de 15 dias; segue-se rápido declínio que resulta em sangramento por
deprivação em torno de duas a três semanas após a injeção.
A associação acetofenido de diidroxiprogesterona + enantato de estradiol tem sido alvo de controvérsias
a respeito de acúmulo.
O cipionato de estradiol demonstrou menores picos de estradiol e estrona mas demora em média 4 dias
para alcançar o pico enquanto outros demoram 2 dias.
A quantidade de progesterona contida nos injetáveis mensais é a metade da dose mensal de AMP-D e
NETEN, o que é suficiente para inibir a maturação e ovulação por pelo menos 30 dias.
è A inibição da ovulação é o mecanismo principal pelos quais os injetáveis exercem sua ação bloqueando
o eixo hipotálamo hipófise pelo retrocontrole exercido pelo hormônio. Há também alteração do muco
cervical e do endométrio.
Precauções e Contra-Indicações
Contra indicações absolutas: Câncer de Mama e neoplasias do aparelho genital
Temporária: Gravidez; sangramanento genital anormal, suspeita de câncer de mama; doença tromboembólica
ativa; hepatopatia ativa; amamentação
Pacientes com as quais se deve tomar precauções: história de diabetes mellitus, tabagismo acima de 35
anos; doença tromboembólica; HAS; doença da vesícula biliar; hepatopatia crônica ou distúrbio da
hematocoagulação e citologia cervical alterada
Eficácia e Reversibilidade
Taxa de gravidez acidental em torno de 0% (0,2 a 0,4% em alguns estudos)
Recuperação da fertilidade e ovulação é em torno de 60 a 90 dias após a última injeção.
Benefícios Não-Contraceptivos
Não são indicados para regulação de ciclo menstrual uma vez que causam irregularidades no ciclo.
O uso pode diminuir a ocorrência de dismenorréia.
Efeitos Colaterais e Complicações
Efeitos Colaterais: Distúrbios menstruais; queixas mamárias; cefaléia; tonturas e aumento do peso.
Associação de medroxiprogesterona e cipionato de estradial parece Ter melhor controle do ciclo no que
diz respeito a amnorréia.
1% necessitam de tratamento para sangramento excessivo que é feito com ferro e com antiprostaglandina.
Aumento de peso de ½ quilo nos primeiros seis meses e de um quilo ao final de uma ano (orientação alimentar
em geral é suficiente.
Acetifenido de diidroxprogesterona e enantato de estradiol não é aprovada ainda para uso em controles
governamentais.
Modo de Uso
As associações devem Ter seu uso iniciado até o quinto dia do ciclo menstrual.
Injeções intramusculares profundas no músculo glúteo sem massagear.
Pode se iniciar o uso do anticoncepcional logo após a menarca.
O uso após 40 anos pode ser feito desde que não existam outros fatores de risco.
Orientação da usuária em relação ao sangramento menstrual durante o uso. O primeiro sangramento ocorre
em média 14 dias após a primeira injeção. A ocorrência de sangramentos não modifica o esquema de
injeções.
Uso durante a Lactação e Pós Parto
Contraindica-se contraceptivos que contenham estrógenos durante o período da amamentação
Nas puerpérias que não estejam amamentando, o uso do contraceptivo deve ser prorrogado para 6 semanas
após o parto ( Fenômenos Tromboembólicos)
Efeitos Metabólicos
As associações reduzem as ações dos fatores VII e X da coagulação.
As associações tem menor efeito sobre a hemostasia que os contraceptivos orais.
HDL diminui após 6 meses de uso de medroxiprogesterona e cipionato de estradiol.
Diidroxiprogesterona + enantato de estradiol ocasionam aumento dos níveis de triglicéride e níveis
mais baixos de testosterona livre e total.
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